sábado, 28 de dezembro de 2013

é Deus que fortalece

Chegamos a mais um Natal, mais um fim de ano! Meu pai continua com sonda nasal. Há já a indicação do médico da equipe domiciliar para a mudança para a sonda gástrica em breve. Sempre surge novidades no cotidiano dele. Fala pouco, mas grita muito e sempre à noite, continua dormindo pouco.
 A dificuldade para que não tire a sonda continua,pois não podemos facilitar e mesmo assim em dezembro foram duas vezes! Deixamos com a mão enfaixada para dormir e durante o dia quando ele fica muito agitado. Suas mãos incham, mesmo com  todo o cuidado que tomamos, mas até aqui nunca teve assaduras, graças a Deus e bem sabemos que é Ele que tem nos ajudado, nos abençoado, nos fortalecido, nos unido cada vez mais! Sei que Deus continuará até o momento que Ele quiser, e nós O louvamos por isso.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Riscos de peneumonia - Alzheimer

Como já disse, com o uso da sonda (nasal), apareceram as secreções. É preciso toda atenção. Agora, ele tem dificuldades para jogar para fora, muitas vezes, ´precisamos retirar com gases o catarro de sua boca, pois há o receio de que ele possa engasgar. Os resfriados e tosse surgem com facilidade e todo cuidado é pouco, pois há o risco de pneumonia. Com sinais de febre, é preciso correr com ele para o médico. Mantemos vigília por 24 horas, já não fica muito sentado, passa mais tempo na cama, diminui a fala cada vez mais, suas forças diminuem a cada dia. Não tem reconhecido nosso nome.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Como acalmá-lo? - Alzheimer

Como disse em postagem anterior, meu pai está muito agressivo e além de não termos mais a ajuda da neurologista,os remédio não o acalmam. Eu meus irmãos saímos de lá, muitas vezes machucados, pois é preciso tirar as faixas para cuidar das mãos dele e nesses momentos, três a quatro pessoas para dar conta, então saímos com os braços doloridos e arranhados sem contar a coluna... Também disse que encontramos a solução na oração,  masa Deus em sua imensa fidelidade cuida sempre dos seus. Recebi a visita de uma moça em minha casa e ela compartilhou as mesmas dificuldades com sua mãe também com a mesma doença e testemunhou a forma linda de que Deus mostrou o caminho até um médico que cuida dela até hoje. De posse do telefone desse médico, marquei a consulta e fomos lá, distante de casa cerca de cento e vinte quilômetros. Fomos super bem atendidos. Recebemos todas as orientações que precisamos, nos deu deu amostras dos remédios para um mês e meio ( o valor desses remédios é superior ao da consulta e custos que tivemos para irmos lá e que chega nem na metade do que a neuro pediu para ir em casa), deu seu número de celular para qualquer orientação que necessitarmos. Com os remédios, meu pai está bem mais tranquilo, já é possível deixá-lo com as mãos livres por horas sem que ele sequer toque na sonda. O banho e as trocas são bem mais calmas, graças a Deus!

Consultas - Alzheimer

O diagnóstico da Doença de Alzheimer foi dado por uma médica neurologista há dois anos mediante exames de ressonância magnética, estes todos realizados em São Paulo, no Hospital do Servidor e desde então meu pai vem sendo tratado por esse doutora, muito boa, por sinal. As consultas eram mensais, digo eram, pois na consulta do mês passado, ela demonstrou o desejo de não mais recebê-lo em seu consultório alegando falta de espaço (meu pai usa cadeira de rodas) em seu consultório e realmente é muito pequeno e também que com a alta agressividade dele, os  riscos de alguém ou dele mesmo se machucar são grandes, mas que poderia visitá-lo em casa e seu preço é de R$ 800,00 usando veículo próprio ou indo buscá-la por R$ 600,00. Isso deveria acontecer mensalmente, e mais, não receitaria os remédio sem a presença dele. Meu pai é aposentado e as despesas são grandes, remédios, fraldas, produtos para a pele (pois não anda mais), alimentação especial quando a prefeitura não manda nos dias certos, frascos, seringas, equipos, faixas (as mãos ficam  a maior do tempo enfaixadas), fita adesivas, papéis (ele escarra muito), lençóis roupas, produtos de limpeza (para a roupa e para a higienização da casa), sem contar a locação da cama hospitalar e da cadeira de rodas, esses últimos valores baixos, mas que somados a outros se tornam grandes. Mas nossa preocupação maior é justamente a agressividade. Por um momento ficamos desorientados, tristes com a atitude dela, mas encontramos a solução na oração. O médico da Equipe Domiciliar, disse que receitaria os remédios, só que para nós o problema continua, o tal remédio não tem ajudado a mantê-lo calmo, mas Deus é fiel e cuida dos seus.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Os sustos com a sonda

Já sabíamos que quando esse momento dele usar sonda chegasse, seria muito difícil, e é mesmo. Meu pai não engole nada, mas fala de forma bem audível, às vezes até grita! Recebemos todas as instruções sobre os cuidados com a sonda e o tempo que ele deverá usá-la, pois essa sonda pelo nariz, não é recomendada por muito tempo. O que mais nos amedrontou foi o fato dele tirar a sonda, pois quando isso acontece, é preciso levá-lo ao hospital para colocar outra, após a passagem da sonda é necessário fazer um Raio-X para saber se a colocação está correta. Até aí, tudo bem, o problema é que se ele tirar em curtos intervalos, são necessários outros Raios-X e aí vem a dificuldade da radiação. Por conta disso, a gente fica as 24 horas do dia cuidando para que isso não aconteça. As mãos ficam enfaixadas uma parte do dia e durante a noite. É triste, mas já aconteceu algumas vezes dele tirar a sonda. É num piscar de olhos e para isso acontecer pode ser na hora do banho, da troca ou um momento de irritação e aí tem que levá-lo ao hospital para passagem de nova sonda.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Tudo novo...

Já em casa, o corre-corre atrás de alimentação, equipo, frascos, cama hospitalar, colchão (casca de ovo) fraldas, luvas, pomadas, faixas para as mãos,  hidratantes, etc,etc,etc, coisas e mais coisas... Enfrentamos tudo com muita força, muito amor e cuidado. Deus sempre disponibiliza pessoas para ajudar e meios para tudo! Continuamos com a escala nos cuidados, eu e minha irmãs nos revezamos durante o dia e meus três irmãos que moram aqui, se revezam a noite. Tudo ainda é muito novo, mas já recebemos a visita de parte da equipe domiciliar, que nos ajudou sanando algumas dúvidas e nos orientando no que não sabíamos e assim estamos vivendo. Deus tem acalmado mais o coração de minha mãe. Está sempre por perto, auxilia no banho, cuida das roupas sempre muito limpas e passadas, se preocupa om a higiene dele e da casa. Cada dia é um dia! Cremos no socorro que vem do alto, do Pai da luzes, como diz o texto bíblico de Tiago.

Nova rotina

A rotina se inicia às seis e meia da manhã com a higienização dele, troca de fralda, limpeza da boca, troca de roupa... enquanto isso, alguém cuida de ferver a água para o preparo da alimentação enquanto não recebemos a alimentação industrializada que devemos receber. O preparo desse alimento exige muito cuidado com as mãos, com os utensílios, e o próprio alimento. Também os frascos, equipo, seringa, material para aplicação do alimento, da água e remédios, exigem muita atenção. São cinco horários de alimentação, água e os remédios nos intervalos. A higiene pessoal é algo muito sério, pois o uso constante de fraldas, as assaduras ocorrem e é sofrido tratar. Ele não fica na cama o tempo todo. Fica boa parte sentado numa poltrona confortável, o que facilita na hora da alimentação. De tempo em tempo, levantamos os pés para não incharem. Uma coisa é certa: é muito difícil para uma pessoa só dar conta nessa fase.

Momento difícil

Por mais que nos esforcemos para enfrentar as adversidades da vida, nunca estamos totalmente preparados para  situação que estamos vivendo. A doença avançou muito rapidamente. Não esperávamos que ele parasse de engolir tão cedo. De repente, não engolia mais! Sabíamos que isso iria acontecer, mas não tão rápido. Nos vimos dessa nova situação. Hospital, internação, soro, sonda, volta para casa. Na hora da alta eu é que estava lá no hospital com ele. Recebi as orientações da médica, da nutricionista e da assistente social. Da médica orientações gerais; da nutricionista, a alimentação e cuidados com a sonda; da assistente social, orientação em relação ao atendimento que receberia da equipe domiciliar do município.

A sonda

Realmente parou de engolir. Internações curtas para tomar soro em meio às tentativas para voltar a engolir. parou de vez. Nova internação e a recomendação médica foi a sonda. Alimentação água e remédios por sonda. Um momento muito difícil para nós, pois por conta da agressividade que ele ainda conserva foi muito doloroso a colocação. Foi triste demais vê-lo de mãos atadas, pois se deixá-las livres, ele tira a sonda e aí terá que colocá-la novamente. Já está em casa. Continua a alimentação pela sonda. Quanta coisa tivemos que aprender por conta desse situação.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Estratégias para tomar remédio

São vários remédios por dia. Só um deles é em gotas e o outro em patch, o restante são comprimidos. E aí é que está o maior problema, fazer engolir o tal comprimido. Minha mãe e minha irmã, as que mais ficam com ele, criaram uma forma dele ingerir os remédios. Amassam os comprimidos e misturam às frutas picadas ou batidas, ou meio em geleia ou suco. Por duas semanas conseguiram, agora parou de engolir.

Avanços...

É claro e notório o avanço da doença. Meu pai não consegue mais engolir alimentos sólidos e os líquidos com muita dificuldade, só alguns goles. Perdeu muito peso. Por duas semanas toma levamos ao hospital para tomar soro. Aconselhados pelos médicos, levamos a uma consulta com otorrino e disse estar tudo certinho, confirmando que os acontecimentos são decorrentes do avanço do Alzheimer. Agora está internado e impressiona a agressividade. Isso dificulta muito na hora de aferir pressão, coleta de sangue e urina para exames e para tomar soro. Possui uma força muito grande, bate em quem tocá-lo. Sua fala está muito comprometida, as frases nem sempre são concluídas. Tememo muito o momento da sonda para a alimentação e sabemos que esse momento chegou.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O estresse ronda

Cada dia que passa a coisas se complicam. Meu pai está agressivo, não aceita o banho de jeito nenhum, continua sem dormir bem. Conviver com o portador do Alzheimer, não é fácil. Minha mãe é a pessoa mais próxima dele durante todo o dia. É visível seu estresse, todos estamos assim, mas com ela é bem maior. Agora ele está numa fase assim não aceita fraldas, rasga todas, mas não consegue ir ao banheiro para suas necessidades. É preciso tentar adivinhar e se perguntar mais que uma vez, ele se irrita e grita. Foram necessárias várias mudanças na casa. Na copa, sobre o balcão, ficavam a coleção de porta retratos de minha mãe. Depois que ele quebrou alguns, foi preciso retirá-los. Os vasos com plantinhas também foram deslocados, sabemos que essas coisas entristecem, mas são necessárias para protegê-lo.

domingo, 2 de junho de 2013

Estresse - Alzheimer

O estresse chega para todos que estão envolvidos com o portador do Alzheimer. Na última consulta com a neuro e diante do sacrifício que é levá-lo ao consultório, ela pediu não o levasse mais, que minha mãe fosse mensalmente nas consultas para pegar as receitas, pois os remédios são os mesmos e não tem mais o que fazer. Por um lado ficamos facilita, pois é realmente difícil a locomoção e a permanência dele na sala de espera e até mesmo durante a consulta. Mas o que mais nos (os irmãos) preocupa é o estresse em qe minha mãe se encontra. Ela está agitada e a paciência por um fio. O interessante é que quando falamos para ela sair um pouco que alguém vai cuidar dele, ela arranja alguma coisa e não sai. Está elétrica, não pára, levanta às seis e meia da manhã e se deita por volta das dez da noite. Tem atitudes inesperadas, não vividas anteriormente. Uma coisa é certa, precisamos fazer algo. Vamos nos reunir no fim de semana para ver o que podemos fazer.

domingo, 19 de maio de 2013

Luz para brilhar

Sentou-se à beira da cama e quis conversar. Chamou minha mãe para perto de si, olhou bem em seus olhos e disse. Há uma luz em nossa casa. Minha responde: sim a luz de Jesus brilha em nossas vidas e nosso lar. Ele então diz que ele e minha mãe são luzes e que têm o dever de brilharem. Minha mãe o convida para orar e ele aceita e ora pedindo para que sua luz brilhe cada dia mais, e que aconteça o mesmo com minha mãe. Somos surpreendidos, de vez em quando com essas situações que nos emocionam e nos encorajam a prosseguir diante de tantas dificuldades que vão surgindo. A fé é viva em nossos corações.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

O compartilhar...

Quando soube da doença de meu pai, decidi usar esse blog só para contar tudo, todas as fases, o tratamento, nossas reações e decisões. Mas através desse espaço tenho recebido comentários, e-mails de pessoas que viveram ou estão vivendo a mesma situação. Quero compartilhar (com a autorização dele), as palavras de um leitor: Porém, o que mais me atraiu foi a história de seu pai. Eu tenho 45 anos, moro na cidade de Lins-SP a quase dois anos, mas sou de Santa Cruz do Rio Pardo-SP onde fui criado pelos meus avós maternos desde os dois anos, após a separação de meus pais. Meu avô faleceu em 11/2011 e minha avó em 07/2012. Meu avô era analfabeto e minha avó alfabetizada. Minha avó sempre me guiou pelos caminhos de Deus, mostrando sempre, desde pequeno a importância das orações, rezava vários Terços por dia, e era generosa como poucas que já vi na vida. Meu avô, apesar da pouca cultura, me ensinou muito com seus exemplos de retidão e honestidade, o que ajudou a moldar meu caráter. O que me leva a entrar em contato com você é que me identifiquei muito com sua história, já que os dois tiveram o Mal de Alzheimer também e muito do que você relata aconteceu conosco lá em casa, desde os momentos tristes, alegres, a organização da família para ajudar, enfim, tudo. Eu sou eletricitário, trabalho numa Subestação de Transmissão de energia elétrica, sou bacharel em Direito, casado, com um filho de 12 anos, mas gosto mesmo é de mexer com "coisa velha" e ver se transformando em algo novo. Gosto muito de ler, embora esteja lendo menos atualmente, essa sempre foi uma grande paixão minha. Espero que não a incomode, só quero que saiba que sua mensagem de fé chegou até mim, em alguns momentos me emocionei muito lendo a história de seu pai pois foi como se passasse um filme em minha cabeça relembrando tudo o que aconteceu com meus pais/avós. Estarei acompanhando seus blogs diariamente. Um grande abraço a você, seu esposo e toda sua família. Continuem com Deus!


Sem dormir

Tem noites que é muito difícil. então quem passa a noite com ele, não dorme. Ele toma remédio para dormir, mas não faz efeito. Só dorme uma noite inteira depois de várias sem dormir. Nessas noites que não dorme, vai muito ao banheiro. É preciso estar atento para levá-lo até ao sanitário, pois ele urina em qualquer lugar, mas uma vez conduzido ao vaso sanitário, faz direitinho. Então é quase rotina nas madrugadas ter de usar rodo, balde, desinfetantes...

terça-feira, 16 de abril de 2013

A fé continua viva!! - Alzheimer

Por um tempo meu pai ficou impossibilitado de ir à igreja. Foi um período em que parou de andar, caía muito e para ir às consultas necessitava de cadeiras de rodas. Mas com a nova medicação, minha mãe o estimulou a frequentar novamente os cultos de domingo a noite. Desde que soube, fiquei muito feliz e quis saber como era seu comportamento em meio a tanta gente e ao som dos instrumentos, microfones que são usados nos cultos.  Minha mãe respondia que ele ficava quieto e que não parecia se importar com o barulho.
Na semana passada tive a oportunidade de acompanhá-los à igreja. Fica perto de casa. Meu irmão os leva de carro e meu pai parece gostar dessas saídas. Observei-o emocionada. Nos cultos, oramos em pé, e ele se levantava e ficava firme até ao final da oração. Nos momentos de louvor ele ficava sentado, mas acompanhava os cânticos com palmas, e olhava atenciosamente para o pastor durante a mensagem. Tenho pensado muito na questão da fé numa pessoa com Alzheimer e só posso dizer do meu pai com quem convivo. Ele faz orações lindas, palavras conectas, frases inteiras com muito sentido! Não esquece de interceder pela família, de agradecer o alimento, de agradecer a salvação em Jesus Cristo. Ouvi de um pastor: " É o Espírito de Deus quem faz", eu eu creio!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Melhora com novo remédio - Alzheimer

Há coisas que vão muito além da nossa imaginação e compreensão, além do entendimento numa pessoa com Doença de Alzheimer. Há dois meses e meio, meu pai não andava mais, quando tentava caía e era difícil levantá-lo. Para comer só colocando na boca e só comidas batidas em liquidificador, já engasgava com facilidade. Compramos uma cadeira para banho, tamanha a dificuldade nessa hora. Para ir a consulta mensal com a neurologista, precisou de uma cadeira de rodas, visivelmente a situação se agravava a cada dia. Nessa consulta em que foi necessário a cadeira de roda, a médica receitou um novo remédio. O preço bastante alto, mas foi comprado e é de se impressionar a melhora que ele apresenta hoje. Está andando e comendo sozinho, a alimentação é sólida, não usa mais a cadeira de banho, voltou a falar frases inteiras. Sabemos que não é cura, o remédio apenas melhora a qualidade de vida, sabemos também que não é pra sempre, mas é muito bom vê-lo com alguma independência.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Emoção - Alzheimer

Toda quarta feira é meu dia de dormir na casa de minha mãe. Cada dia é um dos meus irmãos para que minha mãe possa dormir, descansar tranquilamente, pois meu pai vai ao banheiro pelo menos duas vezes durante a noite. Toda quarta saio do trabalho e vou direto para casa deles. Ontem estive lá, e numa conversa com meu irmão Everaldo que é pastor, falei sobre o testemunho de Bianca Toledo (podem conhecê-la pelo Face e ver seu testemunho), minha irmã que ainda não tinha ouvido falar dela quis que eu contasse. Contei e no meio da conversa chegou um outro irmão que veio para dar banho no meu pai, ele não quis porque queria ouvir o testemunho até ao fim. Prestou muita atenção e no final chorou, chorou muito, de soluçar. Expliquei que a moça estava bem, estava curada, que Deus fizera um milagre na vida dela, ele ficou feliz, mas ainda assim chorou mais algumas vezes. Na situação em que se encontra é raro vê-lo chorar. Às vezes acha algo engraçado e ri, mas o choro é difícil acontecer.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Comportamento - Alzheimer

Continua muito bravo! Hora do banho é sempre um suplício. Xinga todo mundo, serra os punhos e bate mesmo. É uma angústia. Não aceita a cadeira para banho que meu irmão comprou. Para trocar de roupa, então! Só a misericórdia de Deus. Não aceita nenhuma informação ou pergunta. Se perguntar duas vezes ele fica agressivo. É nesses momentos que às vezes acontecem algumas coisas até hilárias. Outro dia minha sobrinha, neta dele estava ajudando cuidar dele e cuidar dele é acompanhar de perto onde vai ou que está fazendo, recolhendo chinelos que vai deixando pelo caminho e quando ela pediu para calçar um pé do chinelo que ele havia deixado, ele começou a tirar o cinto dizendo que ia dar uma surra nela. Ela começou a rir (ela é risonha por natureza) e ele também, acabaram dando boas gargalhadas! Isso as vezes acontece; ele parece muito nervoso, fala palavras que antes não faziam parte de seu (bom) vocabulário e aí, rimos e então ele ri também. Meu pai nunca foi de surrar filho, nem de xingar.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O pé - Alzheimer

Não sabemos bem nem quando nem como ele machucou o pé. O dedão do pé direito apareceu roxo, parecendo sangue pisado. achamos que nessas andanças dele no quintal, tenha batido ou tropeçado em alguma coisa. Começou inchar, levamos ao médico, foi feita uma limpeza, aplicaram remédio e recomendações de levá-lo diariamente ao Posto de Saúde mais próximo para novos curativos. Demorou, mas sarou, agora aparece a mesma coisa no dedo ao lado do dedão. Hoje ele tem médico novamente. Estamos preocupados, pois embora não reclame, vimos em seu rosto expressões de dor.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Remédios para dormir não funcionam - Alzheimer


O que fazer para que ele durma? Não sei mais dizer quantos foram os remédios receitados pela neuro e só fazem efeitos por duas ou três noites. Fica sentado ou andando pelo quarto e cai, então é preciso ter alguém constantemente vigiando. Mas, inexplicavelmente voltou a se alimentar de alimentos mais sólidos e com as próprias mãos, pois só estava tomando líquidos e se levados à boca. Não consegue ficar quieto um minuto, geme muito. Nessas andanças dentro de casa ou no quintal, cai. Então é preciso ter sempre uma pessoa com elem mas se tocar nele, fica agressivo, fala alto e de vez em quando solta uns palavrões e nos surpreendemos, pois nunca ouvimos palavrões de sua boca.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

a primeira internação - Alzheimer

Sei que daqui para frente é viver um dia de cada vez as novidades que nos são apresentadas. Novidades, essas, sempre desagradáveis, mas temos a consciência que acontecerão com mais frequencia, embora a gente chegue a pensar que está pronto, mas nunca está totalmente preparado. Com a alimentação mais líquida, pois ele já não consegue mastigar os alimentos mais sólidos, e não pesquisei qual a razão, o intestino ficou severamente lento a ponto de passar semana sem evacuar. Então foi necessário a internação de um dia e uma noite. Agora está bem. Não para um segundo, que andar, seus passos são bem lentos, acaba de sentar e já se levanta para sair, mas não levanta sozinho, cai várias vezes, não pode descuidar um segundo e mesmo assim recusa que segure suas mãos, fica bravo ao toque.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

escala de cuidados

Há uma escala entre nós, as filhas para fazer a faxina mais pesada da casa para dar alívio para minha mãe e agora há escala para os meninos dar o banho no nosso pai. Há ainda mais uma escala que é a de um de nós deve dormir lá dia sim, dia não. Ontem foi meu dia de dormir e hoje o dia da limpeza. Não dormiu nada essa noite. Passou a maior parte sentado na cama, estranhou meu esposo que acompanha e ajuda muito, mas por fim chamou-o para ficar com ele no quarto. O que não tem altos e baixos é a sua fé. Nos chama para orar e faz sempre um linda prece. Hoje me chamou para conversar: " Dirce vem cá. Eu quero te falar. Eu agradeço a Deus pela família que Ele me deu. Pelos filhos que estão cuidando de mim com sua mãe, vocês estão sempre aqui. Peço que orem por mim, pois a minha cabeça está muito fraca. Eu ainda dou umas caminhadas, mas minha cabeça não ajuda. Queria ver meus irmãos mais vezes aqui em casa, pois as porta estão abertas para eles." Sentei pertinho dele, pois sua fala é fraca e ele fala bem baixinho. Me emocionei e a conversa se estendeu por um bom tempo até ele cansou-se e entrou em seu "novo mundo". Chorei...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Aniversário e decisões - Alzheimer

Meu pai completou 78 anos no dia 03/01/2013. Toda a família se reuniu para um almoço na casa dele. Teve bolo decorado e velinhas, mas ele não conseguiu apagá-las, cantou o parabéns e bateu palmas. Nos reunimos para conversar e tomar algumas decisões importantes, bem como cuidar também da minha mãe. Decidimos que, nós as mulheres passearemos mais com ela já que  não quer sair perto dele, no caso de uma viagem. Continuaremos a ajudá-la mais nos serviços domésticos e meus irmãos darão o banho todos os dias, pois está muito difícil para ela já que ele não consegue lavar-se ou trocar uma peça de roupa sequer. Também estamos procurando por uma cadeira de banho. Já retiramos do quarto uma penteadeira e colocamos, uma cama de solteiro, pois dia sim, dia não um de nós dormirá no quarto com a intenção e ajudar minha mãe tendo em vista a dificuldade dele dormir e ela preocupada acaba não dormindo também. Pedimos a Deus que nos ajude nessa caminhada, nos dê sabedoria e discernimento de todas as coisas, pois queremos glorificar o nome Dele em tudo isso.