quarta-feira, 25 de abril de 2012

Alzheimer - arteirices

De vez em quando e agora com mais frequencia meu pai tem aprontado algumas. E aí, chorar ou rir? Temos tentado levar pelo lado do humor. Essa semana liguei para minha mãe e quis saber como ele estava, ela veio logo contando que ele havia despejado um vidro inteiro de desinfetante dentro do vaso. Então, quando essas coisas acontecem são necessárias algumas precauções. Aí, "Pinho Sol"no banheiro nem pensar.

domingo, 22 de abril de 2012

Alzheimer - Passeio

Cheguei em casa hoje para almoçar e encontrei meu pai querendo voltar para casa. Disse que minha não queria levá-lo para casa e ele não sabia o caminho de volta. Almoçamos e ele não parava de pedir para voltar para casa dele. Então meu esposo, Ozias, disse a ele que o levaria. Ficou feliz, seu rosto transformou. Queria ir a pé, mas começava a chover e então aceitou ir de carro. Já no carro, estava bem e reconhecendo as coisas. O passeio foi longo. Ozias o levou à uma plantação de cana e ele reconheceu a terra escura como terra boa e a necessidade do uso de botas para trabalhar. Ozias também o levou a lugares por onde ele trabalhou: um sítio onde se cultiva mudas de plantas ornamentais e frutíferas; frente a empresa onde ele tinha um carrinho em que se vendia doces, bolos, pastéis eitos por minha mãe na madrugada e mostrou-lhe a empresa onde ele teve a seu primeiro registro em carteira. Passeou pela rodovia Anhanguera, mostrou-lhe a primeira casa que alugaram assim que aqui chegaram. Enfim, quando eles retornaram, tinha em seu rosto um lindo sorriso. Passou uma tarde feliz e quando os outros filhos iam chegando para o café das quatro, ele relatava direitinho. E o mais emocionante foi na hora de despedirmos, ele agradeceu ao Ozias pelo passeio. Ozias prometeu levá-lo novamente e disse que quer novamente passear.